A surpreendente meditação do Nome de Deus

Explore a meditação do Nome de Deus e descubra como o silêncio transcende religiões e limites pessoais. Uma jornada espiritual através da Bíblia e além.

Gui Melo
4 min readFeb 22, 2021

Eu comecei a estudar e pesquisar a Bíblia faz uns cinco anos. Ainda não consegui sair do primeiro capítulo de Gênesis.

A cada olhada diferente, um mundo novo se desdobra diante de mim, trazendo mais perguntas e, ao mesmo tempo, mais luz.

Quero começar uma série sobre o que tenho descoberto e pensado com estes estudos. Quero compartilhar, mas também aprender com outras pessoas, quero enxergar o que ainda não enxerguei.

Os nomes com poder de criação

É lindo ver como as pesquisas se tornam um vai e vem, trançando todos os conceitos num só. Pensei ser razoável que o ponto de partida fosse saber quem é Deus.

É um assunto que, literalmente, gera guerras e segregações, e por isso não fui por esse caminho. Mesmo assim, descobri algumas dicas do que pode ser o Deus que transcende tudo e une, sendo um com tudo e com todos.

A primeira menção está no primeiro verso de Gênesis. No texto original, “elohim”. Um termo que se repete inúmeras vezes. Até se unir ao tetragrama, um segundo termo, importante o bastante para estar presente nas tábuas recebidas por Moisés.

Geralmente, estes termos são traduzidos como “Deus” e “Senhor”, respectivamente. O que é uma pena, já que estes nomes são a porta para os grandes segredos da criação, e esta tradução simplista perde a essência.

Deus, plural

É muito intrigante que o termo “elohim” esteja no plural, e não no singular. É intrigante porque o descontentamento de Abraão e toda a história do povo hebreu se baseia exatamente na ideia monoteísta, ou seja, um só Deus. Por que escrever “deuses”?

Mais intrigante ainda é como Elohim faz menções a “nós” (façamos, no plural; “nossa imagem”, também plural) quando está agindo.

Confesso que não encontrei definições ou evidências que pudessem explicar de forma convincente o que de fato acontece aqui.

Eu gosto de entender esta pluralidade como Deus sendo algo além dos contrastes. Entende? Algo que é muito maior do que isso ou aquilo, isto é, além do físico e não-físico, do bem e do mal, do passado e do futuro. Quando Elohim diz “nós”, ele engloba tudo, nada existe além de Si.

A Fonte

O tetragrama, יהוה (YHVH), é misterioso. Se diz ser a palavra sobre a qual tudo é. É como se fosse a essência mais pura que dá origem a tudo o que existe. É A Fonte. Tão poderosa que não deve ser pronunciada.

Tradicionalmente, usa-se a expressão “adonai” para mencionar o tetragrama. A tradução mais comum para “adonai” é “senhor”.

O tetragrama é uma espécie de infinidade. Alguns dizem que a melhor definição para ele é “aquilo que é, que está sendo, e que será”. É como um verbo infinito, sem limitações, sem barreiras, sem definições. É o tudo. O todo. Deus.

“Adonai” (senhor), por outro lado, é masculino, limitado e separado.

Meditando no nome de Deus

Depois dessa introdução rápida, o que de fato interessa:

Meditar no nome de Deus é o que monges têm feito há milênios. Claro que o fazem à sua maneira, dentro de suas culturas, mas ainda assim, é uma maneira de se conectar com o todo.

Você pode preparar a terra, regar e cultivar. Mas a única coisa que vai fazer esta semente viver (expandir, germinar, crescer) é uma força que não dá para explicar.

Esta mesma força existe dentro de você, e é o que te dá vida.

Os seus órgãos podem ser trocados (transplante), sua aparência pode ser mudada (plástica), seus conhecimentos podem se multiplicar ou cair em esquecimento. Ainda assim, você será você graças a essa característica, a força, a centelha, o sopro de YHVH.

Quando você mergulha dentro de si e se envolve no silêncio, você encontra o mesmo silêncio que existia antes de o universo existir, que é o mesmo que acompanhou o rei Davi, que é o mesmo que encheu a tumba de Jesus Cristo, que é o mesmo que abraçou Gautama, Gandhi…

As pessoas precisam ser fluentes em silêncio.

Não existe silêncio cristão, judeu, budista; não existe silêncio hetero, homo; de direita, de esquerda. O silêncio é um só para todos.

O silêncio transcende tempo e espaço. Com ele, é possível ir além da pressão de um determinado momento, de dúvidas, inseguranças, medos, etc. É ir além das suas limitações como indivíduo.

O silêncio deixa a mente trabalhar, o corpo regenerar, os remédios agirem, os resultados surgirem, o milagre chegar, enfim, o silêncio deixa a vida acontecer!

Quando você mergulha dentro de si e se envolve no silêncio, você abraça o Todo, e o Todo te abraça. Outra forma de dizer isso é: você abraça YHVH, e YHVH te abraça. E, sinceramente se um abraço desse não te basta, nada vai.

Osho tinha um trocadilho genial que resume bem tudo isso:

No meditation, no life. Know meditation, know life
(Sem meditação, sem vida. Conheça meditação, conheça a vida)

💛

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Written by Gui Melo

Um introvertido compartilhando as lições que não ensinaram na escola, mas que são essenciais para conviver em paz com a própria cabeça 💛

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